Relato do II Encontro Baiano Mulheres e Mídias

Mulher e Mídia Bahia

Mulher e Mídia Bahia

O II Encontro Baiano Mulheres e Mídias aconteceu no dia 19 de outubro de 2011 na Faculdade de Comunicação da UFBA, com o intuito de debater o tema Mulher e
Cultura Digital
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A primeira a falar foi Graciela Natansohn (GIG@/UFBA), quem apresentou o seu grupo de pesquisa e o laboratório LabDebug, com suas oficinas de capacitação de mulheres na Cultura Digital. A professora também problematizou sobre a pouca atuação de mulheres enquanto sujeitos na internet, no sentido de desenvolver e atuar em cargos e posições de liderança, como o que acontece nos Ministérios de CIência e Tecnologia ou de Comunicações, ou ainda no CGI.br. Graciela apontou o software livre como uma solução para a promoção de uma maior e melhor atuação das mulheres no campo das TICs. Também foram apresentados dados da pesquisa realizada com alunos da graduação sobre mulheres e o movimento feminista baiano no que se refere ao uso de mídias sociais.

ii encontro baiano mulheres e mídias
A segunda fala foi a de Julieta Palmeira (Blogueiros Progressistas-BA), que levantou a importância de se buscar não apenas uma melhor representação da imagem das mulheres na mídia tradicional e internet, mas também a visibilidade de suas vozes e de seus trabalhos.  Além de falar a respeito do BlogProgBA – Blogueiros Progressistas da Bahia, Julieta alertou que democratizar a comunicação no Brasil, também significa destacar a participação das mulheres nas mídias.

ii encontro baiano mulheres e mídias

Na sequência, Pedro Caribé (Intervozes) debateu sobre a banda larga do Brasil como um direito do cidadão à comunicação de qualidade, o que é prejudicado pela existência de monopólios nos serviços de infraestrutura de acesso a rede mundial de computadores.

ii encontro mulheres e mídia bahiaA terceira palestra do evento ficou por conta de Ceres Santos (Ceafro), que trouxe ao debate a questão das mulheres negras e suas representações na mídia tradicional. Apresentou casos de programas de TV, peças publicitárias para outdoor, letras de músicas do pagode baiano, nos quais a mulher negra é tratada de forma pejorativa, sendo desvalorizada.

Por fim, Sueide Kintê deixou a mensagem de como tod#s devem se posicionar de forma comprometida contra a reprodução de falas e práticas sociais que desvalorizem a mulher. Disse que o movimento feminista não deve apenas reivindicar por uma melhor atuação da mídia hegemônica, mas que deve realizar a sua própria produção de forma alternativa e consciente.

Na segunda parte do encontro foi planejada a realização de uma série de oficinas para a criação de blogs feministas, tanto dos blogs pessoais das alunas inscritas, quanto também para organizações de mulheres que precisam de um apoio para o seu surgimento e/ou permanência na internet. As oficinas em software livre ficarão a cargo do LabDebug, até dezembro de 2011.

Veja mais fotos na galeria de fotos do Labdebug.

Sobre Mônica Paz

Mônica Paz é doutoranda e mestre (2010) pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas, na linha de pesquisa sobre Cibercultura, da FACOM/UFBA. Bacharel em Ciência da Computação pelo DCC/IM/UFBA (2007). Entusiasta do movimento Software Livre, já colaborou com a comunidade baiana desse movimento em alguns de seus eventos.