Utopias tecnopolíticas para o bem viver

Utopias tecnopolíticas para o bem viver é o mote do Colóquio Temático da Rede de Pesquisadores sobre Apropriação de Tecnologias (RIAT) e do Grupo de Trabalho Tecnologias Digitais e Interseccionalidades (Clacso) a ser realizado virtualmente na Universidade Federal da Bahia (UFBA), o dia 15 de Setembro de 2022. 

Organizam: 

Grupo de Trabalho Tecnologias Digitais e Interseccionalidades (Clacso), Rede de Pesquisadores sobre Apropriação de Tecnologias (RIAT);  Grupo de Pesquisa em Gênero, Tecnologias Digitais e Cultura GIG@/UFBA-Brasil e Grupo de Investigación Apropiación de Tecnologías Digitales y Comunicación-GATEC, da Universidad Nacional de Córdoba, Argentina.

Comité Académico:

Ana Rivoir (Uruguai)

Erick Butrón Ontiveros (Bolívia)

Javier Moreno (Espanha)

Kemly Camacho (Costa Rica)

Lina Parra (Colômbia)

Luis Sandoval (Argentina)

María Julia Morales (Uruguai)

Roberto Canales Reyes (Chile)

Roxana Cabello (Argentina)

Silvia Lago Martínez (Argentina)

Apresentação  

A apropriação tecnológica tem sido uma tática dos desempoderados para enfrentar, ressignificar, reutilizar e reverter para seu próprio benefício as ofertas tecnológicas das corporações e estados. Contudo, as capacidades de inovação tecnológica e de criação de infraestruturas digitais sob perspectivas soberanas, autônomas, alternativas, vêm sendo hackeadas pela concentração oligopólica das corporações tecnológicas do Norte Global. A principal ferramenta dessa inovação é a inteligência artificial (IA) e os dados gerados por ela, modelada pelo dataísmo e pela comoditização. Todos os aspectos da vida geram dados, que são o insumo e a riqueza principal dessas empresas, via plataformas ou aplicativos de internet, gerando mais desigualdades, modulação do comportamento, violências e violação da privacidade. 

Propomos, por um lado, reconhecer as estratégias de apropriação que têm funcionado e podem enfrentar este cenário de expropriação contumaz, estrutural e estruturante. Se festejamos as inovações digitais vindas dos grupos “de baixo” hoje, quais são as margens para atenuar ou esquivar o espólio e a perpetuação da colonialidade via IA? Como construir um mundo sob a ética do bom viver, sem renunciar à automação e à telemática?

Num contexto cada vez mais desigual de relações de poder, as alternativas são urgentes e necessárias não somente para equilibrar essas desigualdades, mas para possibilitar um futuro para o planeta e os povos que o habitamos. Por isso, outro aspecto que propomos é questionar o processo de produção, circulação e consumo de tecnologia, na medida em que coloca em risco as condições de existência humana digna e a sustentabilidade do planeta. Entre os potenciais riscos catastróficos globais estão, entre outros, a mudança climática, as guerras,  as pandemias e a inteligência artificial – pelo menos, nos termos em que ela vem se multiplicando.   

Reconhecemos que as tecnologias são parte de um sistema político de controle para a consolidação capitalista da economia e da organização social. Devemos  aproveitar seu potencial de transformação para imaginar um futuro diferente e construí-lo coletivamente, onde a solidariedade, a eliminação de todas as formas de violência e discriminação e o respeito por todos os seres vivos façam parte da condição de nossa existência.

O evento propõe debater os limites e as linhas de fuga da apropriação das tecnologias digitais, considerando que elas são as novas formas do neoliberalismo do século XXI, braço cibernético do antigo colonizador masculino, branco, europeu: o extrativismo de dados e a inteligência artificial como ferramentas de organização, gestão e controle da vida no capitalismo global.

Programa

9:00h: Abertura:
Conselho Diretivo da RIAT e GT Clacso. Susana Morales (Universidad Nacional de Córdoba-Argentina e UFBA-Brasil), Ana Rivoir (Universidad de la República-Udelar, Uruguai), Graciela Natansohn (UFBA-Brasil).

Acompanhe esta sessão em nosso canal no YouTube

9:30h às 11:30h: Desapropriações e contra-apropriações nativas e locais na defesa do território

Participam:

  • Erisvan Bone Guajajara (Mídia Índia – Brasil)
  • Marina Movo (Coordinadora Audiovisual Indígena-Originaria de Bolivia)
  • Abel Ticona  (Centro de Formación y Realización Cinematográfica – Bolivia)

Moderam e comentam:  Roberto Canales (Universidad de Los Lagos, Chile) e Erick Butron (Universidad Andina Simón Bolívar – Bolivia)

-Debate ampliado

Acompanhe esta sessão em nosso canal no YouTube

13:00h às 15:00h: Isso é trabalho apropriado?  

Participam:

  • Hernan  Gigena (Cooperativa de Software Fiqus- Argentina) 
  • Denise Kasparian (Instituto de Investigaciones Gino Germani, Universidad de Buenos Aires, Argentina)
  • Kemly Camacho (Cooperativa Sulá Batsu, Costa Rica)

Moderam e comentam: Flavia Samaniego (UBA-Argentina) e Fabiana Oliveira (UFBA-Brasil)

-Debate ampliado

Acompanhe esta sessão em nosso canal no YouTube

15:30 às 17:30h:   Por uma internet re-apropriada: repensando a governança de Internet

Participam:

  • Martin Gendler (Instituto Gino Germani – Universidad de Buenos Aires, Argentina)  
  • Paula Brenes Ramírez (Directora de Gobernanza Digital, Min. de Ciencia, Información, Tecnología y Telecomunicaciones de Costa Rica)

Moderam e comentam: Silvia Lago Martínez (Instituto Gino Germani, Universidade de Buenos Aires-UBA, Argentina) e Lucila Didier (UFBA, Brasil)

Debate ampliado.

17:30 Ato de fechamento do evento.

Acompanhe esta sessão em nosso canal no YouTube.

Sobre Geisa Santos